Medição de Resistividade do Solo – Método de Wenner (quatro pontos)
Objetivo
Determinar a resistividade elétrica aparente do solo (ρa, em Ω·m) para subsidiar o dimensionamento e o projeto do sistema de aterramento/SPDA conforme as normas aplicáveis. O resultado define o “quão condutivo” é o solo nas profundidades de interesse e orienta o quantitativo e a geometria de hastes, cordoalhas e anéis de aterramento.
Normas e referências técnicas
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ABNT NBR 7117 – Medição de Resistividade do Solo (ou equivalente vigente)
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ABNT NBR 5419 – Proteção contra Descargas Atmosféricas (entrada de projeto/aterramento)
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ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão
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Boas práticas de ensaio conforme IEEE Std 81 (guia de medição de resistividade/impedância de terra)
Equipamentos utilizados
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Terrômetro de quatro terminais (corrente/tensão independentes), com calibração rastreável RBC/ILAC
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Quatro hastes (piquetes) metálicas e cabos de teste de baixa resistência
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Trenas/estacas para marcação de espaçamento, GPS/plantas para registro de posição
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Acessórios para melhoria de contato do eletrodo de corrente em solos muito secos (sem afetar os de potencial)
Preparação do ensaio
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Reconhecimento do local: escolha de áreas livres de interferências relevantes (tubulações metálicas, malhas existentes, fundações profundas).
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Traçados de medição: definimos ao menos duas direções ortogonais (e, se necessário, um terceiro radial) para captar a heterogeneidade do terreno.
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Condições ambientais: registramos umidade/chuva recente e temperatura, pois afetam ρ; quando necessário, adotamos critério conservador para projeto (época seca ou percentil alto dos resultados).
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Segurança: isolamento da área, cabos sem cruzamentos, sinalização e controle de riscos.
Metodologia – Arranjo Wenner (quatro pontos)
No método de Wenner, cravamos quatro hastes alinhadas e igualmente espaçadas por uma distância a (m). A configuração é:
C1 — P1 — P2 — C2, onde C são os eletrodos de corrente e P os eletrodos de potencial.
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Aplicamos uma corrente I entre C1 e C2 e medimos a diferença de potencial V entre P1 e P2.
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O terrômetro calcula a resistência aparente R = V/I.
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Para eletrodos superficiais (profundidade da haste ≪ a), a resistividade aparente é dada por:
ρa = 2 · π · a · R [Ω·m]
Observação: a profundidade de investigação é da ordem do espaçamento a (mesma grandeza). Assim, ao variar a (p.ex., 1, 2, 3, 5, 10, 15, 20 m…), “varremos” diferentes profundidades, permitindo inferir camadas do solo.
Sequência de execução
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Marcação precisa do alinhamento e do primeiro espaçamento a.
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Cravação das quatro hastes com profundidade pequena e consistente (tipicamente alguns centímetros), mantendo resistência de contato adequada.
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Medição para o espaçamento a: o terrômetro injeta corrente AC de baixa frequência e mede V.
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Aumento progressivo do espaçamento (2a, 3a, …), repetindo as leituras em cada passo e em todas as direções de ensaio.
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Controle de qualidade a cada ponto: repetitividade (≥3 leituras), inversão de polaridade (auto-reversão), verificação de ruídos e impedâncias.
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Registros: V, I, R, ρa, coordenadas, data/hora, solo/condições climáticas, observações.
Boas práticas e mitigação de erros
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Distanciar linhas de medição de fundações e malhas; caso inevitável, documentar a interferência.
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Em solo muito seco, umidificar apenas o eletrodo de corrente (nunca os de potencial).
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Garantir separação física dos cabos de corrente e potencial para evitar acoplamentos.
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Aceitar leituras apenas quando a variação entre repetições ≤ 5–10% e o ruído medido pelo instrumento estiver em faixa segura.
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Repetir famílias de leituras com leve deslocamento do arranjo (teste de reciprocidade).
Tratamento e interpretação dos dados
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Geramos a curva ρa × a (escala log-log) para cada direção e a curva média.
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Comportamento quase constante indica solo homogêneo; tendências ascendentes/descendentes sugerem camadas (solo superficial x mais profundo).
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Quando aplicável, ajustamos modelos 1D de duas camadas (ρ₁, ρ₂ e espessura h) por curve-matching/fit numérico, produzindo parâmetros de projeto.
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Definimos um valor de resistividade de projeto (p.ex., percentil 80/90 das leituras ou a faixa seca), conforme acordo com o projetista do SPDA, para conservadorismo.
Como o estudo entra no projeto do SPDA
Os valores de ρ obtidos alimentam os cálculos de aterramento do SPDA segundo NBR 5419, impactando diretamente:
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Quantidade e comprimento de hastes verticais;
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Extensão de anéis e condutores horizontais;
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Profundidade ótima de instalação;
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Estimativa da resistência da malha (métodos analíticos tipo Sunde/Schwarz ou softwares especializados);
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Avaliação de tensões de passo e de toque quando requerido.
Resultado prático: com ρ conhecido, o projetista consegue atingir a resistência alvo do aterramento com o menor custo, evitando tanto subdimensionamento (risco) quanto superdimensionamento (gasto desnecessário).
Entregáveis GNR Ambiental
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Relatório técnico completo, contendo:
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Metodologia, arranjos e direções de ensaio;
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Tabelas de V, I, R e ρa por espaçamento;
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Gráficos ρa × a e análise crítica;
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Interpretação por camadas (quando aplicável) e valor de projeto recomendado;
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Plantas/fotos com a localização dos pontos;
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Lista de equipamentos e certificados de calibração;
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Conclusões e recomendações para o projetista do SPDA.
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ART – Anotação de Responsabilidade Técnica por engenheiro habilitado.
Itens fora do escopo
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Execução/instalação do sistema de aterramento;
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Escavações/sondagens geotécnicas;
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Remoção definitiva de obstáculos;
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Medições adicionais não pactuadas.
Por que fazer com a GNR Ambiental
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Equipe técnica própria com experiência em ensaios elétricos e ambientais;
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Procedimentos padronizados e rastreabilidade metrológica;
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Entrega rápida e orientada ao projeto (resultado já “utilizável” pelo projetista do SPDA);
Atuação em São Paulo e região metropolitana/Interior com logística otimizada.
GNR Ambiental: especialista em medições elétricas e ambientais
A GNR Ambiental é referência na realização de medições técnicas, contando com engenheiros eletricistas habilitados e equipamentos calibrados para garantir resultados confiáveis.
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